A entrevista à senhora ministra da Cultura colocada no sítio Internet do jornal Público é mais completa do que a versão em papel.
Transcrevemos agora a parte que diz respeito do MNA:
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Tendo que fazer sacrifícios, há projectos do MC que se vão deixar cair?
Não. Nenhum projecto será afectado ao ponto de não poder prosseguir. Todos estão encaminhados e as verbas previstas em 2010 não põem em causa a sua realização. Vai haver, sim, uma diminuição da capacidade de actuação das instituições independentes e isso preocupa-me.
Uma das iniciativas que se podia pensar cair: o Museu dos Coches, que, face à situação dos museus existentes, foi dado como um “esbanjamento” quando anunciado pelo seu antecessor, José António Pinto Ribeiro.
Temos dito até à exaustão que o Museu dos Coches não é pago pelo MC e sim pelas contrapartidas do Casino. Temos custo zero relativamente ao Museu dos Coches.
As do Casino, não são verbas que se poderiam ser alocar a outros projectos?
Não. Nem passam pelo MC. São como o [Teatro Nacional de] São Carlos, o Dona Maria, o São João. São verbas que vêm do Ministério das Finanças.
A transferência do Museu Nacional de Arqueologia é outro caso.
Esse faz parte do nosso orçamento. As verbas para os estudos que estão a ser feitos são nossa responsabilidade. E não serão afectadas a ponto de não podermos prosseguir na fase em que estão agora.
Apesar de estar a ser um processo extraordinariamente polémico...
Não acho nada. A visibilidade pública da polémica, se virmos com atenção, tem sido motivada por apenas duas ou três pessoas. Não tem uma dimensão grande. É o movimento restrito de um grupo restrito. O facto de ter muita visibilidade nos jornais não significa que seja emanado de uma força civil com significado.
Raramente na cultura as movimentações vêm de grandes forças civis.
Olhe que não. Veja o caso do Museu de Arte Popular. Foi um movimento, esse sim, com uma força muito interessante. No caso da Arqueologia é o director e duas ou três pessoas mais... Mas estamos em fase muito preliminar, que não implicam verbas grandes, pelo que não será um problema.
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Mais uma vez perguntamos por quem, como, quando está a fazer estudos sobre a transferência do MNA para a Fábrica da Cordoaria Nacional. Quais os autores ? Qual o âmbito ? Quais os prazos ?
Quanto à afirmação de que a transferência não é polémica e só tem a contestação do "director e duas ou três pessoas mais", nem vale a pena comentar. Para já não falar em mais de 1600 pessoas que subscrevem uma petição contra esse projecto e nas tomadas de posições de associações as mais diversas, devemos concluir que a senhora ministra acha que os deputados de todos os partidos, à excepção do PS, que votaram uma Resolução exprimindo as mesmas ideias devem ser "duas ou três pessoas", amigas do director. E que a Assembleia da República deve ser uma espécie de agremiação recreativa.
Quando aqui se chega, quem se desqualifica é o ministro ou ministra de turno que deixa de merecer qualquer consideração. Pode dizer-se que deixou de existir, que já faz parte do passado. Paz à sua alma.
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