O FUTURO DO MUSEU NACIONAL DE ARQUEOLOGIA EXIGE PONDERAÇÃO E RESPEITO


Com a publicação da saudação do Dr. Luís Raposo aos Amigos do MNA, do artigo do jornal Publico e da notícia da Antena 1, todos abaixo transcritos, chega ao fim a missão deste blogue independente,
feito por alguns amigos do MNA.

A luta travada nos últimos anos em defesa do MNA, impedindo a sua transferência para a Fábrica da Cordoaria Nacional, foi coroada de êxito.

Ao Dr. Luís Raposo desejamos as maiores venturas na continuação da sua carreira profissional.

Se um dia o MNA voltar a estar em perigo, regressaremos,

porque por agora apenas hibernamos.




terça-feira, 17 de janeiro de 2012

ICOMOS Portugal toma posição: saúda o desempenho público "limpo e luminoso" do Dr. Luís Raposo

O Conselho de Administração da Comissão Nacional Portuguesa do Conselho Internacional dos Monumentos e Sítios (ICOMOS Portugal) manifesta publicamente o reconhecimento e o apreço pela acção do Dr. Luís Raposo ao longo do tempo em que desempenhou o cargo de Director do Museu Nacional de Arqueologia.
A comunicação social divulgou a não recondução do Dr. Luís Raposo à frente do mais importante museu de arqueologia português e um dos mais importantes e populares museus do país. Trata-se sem sombra de dúvida de uma notícia que interessa a todos os agentes e profissionais do património cultural português e também a todos os cidadãos que desenvolvem nas suas vidas preocupações culturais e se interessam pela “coisa pública” e pela participação nas discussões dos grandes temas que ela implica.
O Dr. Luís Raposo é um cidadão praticante e desempenhou o cargo de Director do Museu Nacional de Arqueologia obedecendo a esse princípio, conjugando de forma que podemos considerar exemplar o exercício da cidadania, da liberdade de pensamento, do espírito crítico com o respeito consequente que a lealdade hierárquica e institucional do cargo obriga. E isto não é coisa pouca nos tempos que vivemos, sobretudo na última década da nossa vida cultural pública.
Para além deste aspecto, o Dr. Luís Raposo foi também um competente e dinâmico director do Museu Nacional de Arqueologia, com os poucos recursos de que dispunha. Trata-se também de alguém que, na área da museologia e respectiva reflexão crítica e teórica, reúne qualidades publicamente demonstradas na participação informada em torno das grandes questões actuais. Ele é o Presidente do ICOM (Conselho Internacional dos Museus) em Portugal, organização congénere do ICOMOS, ambas filiadas na mesma matriz de cultura patrimonial, desenvolvida principalmente no período de paz e de desenvolvimento cultural que a Europa conheceu a seguir à segunda guerra e principalmente na segunda metade do século XX. Esta matriz é a dos valores de liberdade e espírito crítico, conhecimento e educação, cultura e diálogo, tolerância e respeito pelas várias visões do mundo, valorização do nosso património e da cultura como um direito, valores que foram de alguma forma institucionalizados e internacionalizados com a criaçao da UNESCO e do seu Acto Constitutivo, logo a seguir ao fim da segunda guerra mundial.
Estes são os nossos valores e em nome deles tentamos desempenhar a nossa missão de organização não governamental, internacional e independente para a conservação do património cultural construído. Em nome deles também assinalamos de forma distintiva a acção do Dr. Luís Raposo e o contributo que lhe devemos na promoção de uma cidadania activa para o património cultural, com a coragem do pensamento crítico e livre, bem precioso e raro que devemos estimar e publicamente apoiar.
Saudamos pois o Dr. Luís Raposo pelo seu limpo e luminoso desempenho público.
Pelo Conselho de Administração do ICOMOS Portugal
Ana Paula Amendoeira
(Presidente)

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