O programa previsto foi integralmente cumprido, centrado na torre oca. Este espaço, agora com o carácter espectral que dão as paredes e caixas de vitrinas vazias a aguardar serem desmanteladas, foi objecto de uma intervenção de afirmação das preocupações do momento, por parte de um colectivo de artistas plásticos membros do GAMNA.
Todos os intervenientes tiveram palavras de solidariedade para com o MNA. O actor Vítor Norte leu uma carta dirigida ao Director do MNA pelo presidente da comissão encarregada da transferência do MNA para a Cordoaria Nacional, na qual se dizia que a dita transferência nunca seria feita apressadamente e que o melhor era continuar a investir no melhoramente do Museu nos Jerónimos. Todos se poderiam ter convencido de que se tratava de uma carta escrita e recebida por estes dias… até ao momento em que Vítor Norte leu o nome do remetente, o nome do destinatário e a data. Afinal, tratava-se de uma carta escrita em 1953 pelo Presidente da comissão encarregada de executar a transferência do MNA para a Cordoaria Nacional e dirigida ao Prof. Manuel Heleno, director do MNA à época.
Costuma dizer-se que a história quando se repete é sob a forma de tragédia. Mas a Jornada de 8 de Maio de 2010 reforçou em todos a convicção que assim não será e que a despedida da torre oca ontem simbolicamente efectuadas não será um adeus, mas um até logo.
As frentes de luta que subsistem, no plano político (Assembleia da república), no plano consultivo (Conselho Nacional de Cultura) e no plano judicial (acção popular do GAMNA contra o Ministério da Cultura) garantem que assim será. Os muitos amigos que ontem passaram pelo Museu e os numerosos artistas e intelectuais que intervieram confirmam-no plenamente.
O “caso” da transferência do MNA para a Cordoaria Nacional não está encerrado. Nem sequer ainda vai a meio e convém que não se iluda quem desde há mais de um ano o anda a considerar encerrado sempre que fala.
Associação de Gaiteiros - animação de exterior
Distribuição de panfletos no exterior.
Intervenção de abertura do Vice-Presidente do GAMNA, Prof. Doutor Luís Manuel Araújo
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