Vítor Serrão referiu-se à dimensão trans-contextual e trans-disciplinar do património artístico e cultural em sentido lato. Repudiou em especial a oposição entre “património morto” e “património vivo” – defendendo a tese de que todo o património é património do presente, na medida em que está permanentemente a ser reinterpretado e reapropriado.
José Aguiar referiu-se à evolução das ideias sobre os conceitos de restauro e reconstrução dos monumentos, das cidades e das paisagens, tendo dado abundantes exemplos de situações de descaracterização ou até de destruição de bens patrimoniais sob os pretextos os mais variados, alguns supostamente modernos e ditados por teorias vanguardistas desrespeitadoras do valor que mais deveria orientar a intervenção em património: o menos é o mais, ou seja, intervir o menos possível.
No período de debate emergiram dois tópicos que concitaram o consenso dos presentes: a importância do inventário, como base indispensável para qualquer política de património; a extrema preocupação com que se devem encarar intervenções pesadas em meio urbano histórico estabilizado, quando se pretendem fazer pseudo-recuperações que mais não são do que operações desalojameto dos moradores, em nome de projectos de especulação imobiliária. Neste contexto foi dado o exemplo em curso em Évora, que poderá vir a justificar uma ampla mobilização social.
Ambos os oradores manifestaram ainda a sua solidariedade com a luta actualmente travada pelo GAMNA em defesa do MNA.
Aspecto geral da sessão
A mesa: José Aguiar, Luís Manuel Araújo, Vítor Serrão.
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